Salmo 29 (28)
Hino ao Senhor da tempestade[i] [1]
1Salmo de Davi:
Tributai a Iahweh, ó filhos de Deus,[ii]
tributai a Iahweh glória e poder,[2]
2 tributai a Iahweh a glória ao seu nome,
adorai a Iahweh no seu átrio sagrado.[iii]
3 A voz de Iahweh sobre as águas,
o Deus glorioso troveja,
Iahweh sobre as águas torrenciais.[3]
4 A voz de Iahweh com a força,
a voz de Iahweh no esplendor!
5 A voz de Iahweh despedaça os cedros,
Iahweh despedaça os cedros do Líbano;
6 faz o Líbano pular qual bezerro
e o Sarion[iv] como cria de búfalo.[4]
7 A voz de Iahweh lança chispas de fogo,[v] [5]
8 a voz de Iahweh sacode o deserto,
Iahweh sacode o deserto de Cades!
9 A voz de Iahweh retorce os carvalhos,[vi]
descascando as florestas.
E no seu Templo[vii] tudo grita: Glória!
10 Iahweh está sentado sobre o dilúvio,[viii]
Iahweh sentou-se como rei para sempre.[6]
11 Iahweh dá força ao seu povo,
Iahweh abençoa seu povo com paz.[7]
[1] Sl 18,14; 68,9; 77,17-19; 97,2-6; 144,5-6 // Ex 19,16+ // Hab 3
[3] Sl 77,19; 104,7 // Is 30,30 // Ez 10,5 // Jó 37,4-5
[5] Hab 3,1
[6] Gn 6,9 // Is 54,9
[7] Dn 7,27
[i] A tempestade (cf. Ex 13,22+ e Ex 19,16+) evoca o poder e a glória divina que aterrorizam os inimigos de Israel e asseguram a paz ao povo de Deus.
[ii] Lit.: “filhos dos deuses” (cf. Sl 82,1; 89,7;Jó 1,6+), identificados com os anjos que formam a corte divina. A passagem é às vezes aplicada a Israel, “filho de Deus” (cf. Ex 4,22; Dt 14,1; Os 11,1). – Grego e Vulg. trazem a seguir a variante: “Trazei a Iahweh crias de carneiros”.
[iii] Ou “no seu átrio sagrado”, grego e sir.; tratar-se-ia então do céu, réplica invisível do Templo de Jerusalém (Sl 11,4; 78,69).
[iv] Nome sidónio do Líbano (Dt 3,9).
[v] Deus talha flechas para ferir seus inimigos (cf. Sl 18,15; Dt 32,23.42; Hab 3,11; Zc 9,14).
[vi] “os carvalhos”: ‘êlôt, conj.;”(faz dar cria) as corças”: ‘ayyalôt, hebr.- As grandes árvores, aqui e no v.5, podem ser o símbolo dos inimigos orgulhosos de Deus e do seu povo (cf. Is 2,13; 10,18.33; 32,19; Jr 21,14; 46,23; Ez 21,2; Zc 11,2).
[vii] Seja no céu (v. 2), seja no Templo de Jerusalém, cuja liturgia faz eco aos louvores celestes, seja enfim na Terra Santa, consagrada a Iahweh (Sl 114,2), sua casa (Jr 12,7; Zc 9,8).
[viii] Primeira manifestação da justiça divina.