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Salmo 005

Salmo 5

Oração da manhã

1Do mestre de canto. Para flautas. Salmo. De Davi.

 

2 Iahweh, escuta minhas palavras,
considera o meu gemido.[1]

3 Ouve atento meu grito por socorro,
meu Rei e meu Deus![2]

 

É a ti que eu suplico, 4Iahweh!
De manhã[i] ouves minha voz;

de manhã eu me preparo para ti[ii]
e fico esperando …

 

5 Tu não és um Deus que goste da impiedade,
o mau não é teu hóspede;

6 não, os arrogantes não se mantêm
na tua presença.
Odeias todos os malfeitores.

 

7 Destróis os mentirosos,
o homem sanguinário e fraudulento
Iahweh o rejeita.[3]

 

8 Quanto a mim, por teu grande amor
entro em tua casa:[4]
eu me prostro em teu sagrado templo,
cheio de temor.

 

9 Guia-me segundo tua justiça, Iahweh,
por causa dos que me espreitam.[5]
Aplaina à minha frente o teu caminho!

 

10 Pois não há sinceridade em sua boca,
em seu íntimo não há mais que ruína;[6]
sua garganta é sepulcro aberto
e sua língua é fluente.

 

11 Declara-os culpados, ó Deus,[iii]
que seus projetos fracassem!
Persegue-os por seus crimes numerosos,
porque se revoltam contra ti.

 

12 Todos os que se abrigam em ti se alegrem
e se rejubilem para sempre;[7]
tu os proteges e exultam em ti
os que amam o teu nome.

 

13 Sim, Iahweh, tu abençoas o justo,
teu favor o cobre como escudo.

[1] Sl 86,6

[2] =Sl 84,4

[3] Pr 6,17-19 // Mt 7,23 // Ap 21,8 // Sl 55,24

[4] =Sl 138,2 // 1Rs 8,44; 8,48 // Dn 6,11

[5] Sl 23,3 // Is 26,7

[6] &Rm 3,13

[7] Ap 7,15-16 // Sl 69,37; 119,132

[i] A manhã é o momento dos favores divinos (Sl 17,15+).

[ii] As traduções divergem: exponho meu pedido, ofereço meus votos, preparo minha oferta.

[iii] Tais convites à vingança divina contra os inimigos de Deus ou do fiel voltam com muita frequência nos Sl (cf., por exemplo: 10,15; 31,18; 54,7; 58,7s; 59,12s; 69,23-29; 79,12; 83,10-19; 104,35; 109,6-20; 125,5; 137,7-9; 139,19-22; 140,10-12). Sob o regime da retribuição temporal, como o era o da antiga Aliança, traduzem uma necessidade de justiça que os desmentidos da experiência imediata e os progressos da Revelação apurarão, confrontando-a com o mistério da justiça transcendente de Deus (cf. Jó), à espera de que o Novo Testamento a convide a ultrapassar-se no amor (Mt 5,43-48). Deste modo, purificados do ressentimento pessoal, os Salmos de vingança permanecem, tanto para a Igreja como para o cristão, a expressão desta mesma necessidade de justiça em face aos poderes do mal sempre ativos no mundo.