IV. Davi
1. DAVI, REI DE JUDÁ
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Sagração de Davi em Hebron – 1 Depois disso, Davi consultou Iahweh nestes termos: “Subirei a uma das cidades de Judá?”, e lahweh lhe respondeu: “Sobe!” Davi perguntou: “A qual subirei?”, e a resposta foi: “A Hebron.”[i][1] 2 Davi subiu para lá, e também as suas duas mulheres, Aquinoam de Jezrael e Abigail, a mulher de Nabal de Carmel. 3 Quanto aos homens que estavam com ele, Davi os fez subir cada um com a Sua família, e se fixaram nas aldeias de Hebron.[ii] 4 Vieram os homens de Judá e ali ungiram a Davi rei sobre a casa de Judá.[iii]
Mensagem ao povo de Jabes – Comunicaram a Davi que os habitantes de Jabes de Galaad tinham dado sepultura a Saul.[2] 5 Então Davi enviou mensageiros aos habitantes de Jabes, dizendo: “Benditos sejais de Iahweh, por terdes realizado este ato de fidelidade para com Saul, vosso senhor, e lhe terdes dado sepultura! 6 Que Iahweh aja para convosco com fidelidade e lealdade; eu também agirei convosco segundo a mesma bondade, pois agistes assim. 7 E agora, que vossas mãos sejam firmes, Sede fortes, porque Saul vosso rei está morto. Quanto a mim, a casa de Judá já me sagrou seu rei.”[iv]
Abner impõe Isbaal como rei de Israel – 8 Abner, filho de Ner, chefe do exército de Saul, tinha levado consigo Isbaal,[v] filho de Saul, e o tinha feito ir a Maanairn.[vi][3] 9 Ele o estabeleceu como rei sobre Galaad, sobre os assuritas,[vii] sobre Jezrael, Efraim, Benjamim, e sobre todo o Israel.[4] 10 Isbaal, filho de Saul, tinha quarenta anos quando se tomou rei de Israel, e reinou dois anos. Somente a casa de Judá seguia a Davi. 11 O tempo que Davi reinou em Hebron sobre a casa de Judá foi de sete anos e seis meses.
Guerra entre Judá e Israel. Batalha de Gabaon – 12 Abner, filho de Ner, e os servos de Isbaal, filho de Saul, saíram de Maanaim rumo a Gabaon. 13 Joab, filho de Sárvia, e os servos de Davi saíram também e se defrontaram perto do açude de Gabaon.[viii] Estes pararam de um lado do açude, e aqueles do outro.
14 Abner disse a Joab: “Que os jovens se levantem e lutem ‘diante de nós.”[ix] Joab respondeu: “Que lutem!” 15 Vieram eles e foram contados: doze de Benjamim, por Isbaal, filho de Saul, e doze dentre os servos de Davi. 16 Cada um deles agarrou a cabeça do adversário e meteu-lhe a espada no flanco, e desse modo caíram todos juntos. É por isso que se chama a esse lugar de Campo dos Rochedos; fica em Gabaon.
17 Então travou-se naquele dia uma batalha encarniçada, na qual Abner e os de Israel foram vencidos na presença dos servos de Davi. 18 Estavam lá os três filhos de Sárvia: Joab, Abisaí e Asael. Ora, Asael era rápido na corrida como as gazelas selvagens. 19 Ele se lançou em perseguição de Abner, e o seguiu sem se desviar nem para a direita nem para a esquerda. 20 Abner olhou para trás e disse: “És tu, Asael?”, e ele respondeu: “Sou eu.” 21 Então disse Abner: “Vai para a direita ou para a esquerda, agarra um dos meus moços e apossa-te dos seus despojos.” Mas Asael não quis abandonar a perseguição dele. 22 Abner insistiu com Asael: “Afasta-te de mim! É preciso que eu te fira no chão? E como poderia encarar o rosto de teu irmão Joab?”[x][5] 23 Como ele se recusasse a afastar-se, Abner lhe perfurou o ventre com o couto da sua lança, que lhe saiu pelas costas. Ele caiu ali e morreu no mesmo lugar. E todos os que iam chegando ao lugar onde Asael caíra e morrera, paravam.
24 Joab e Abisaí se lançaram em perseguição de Abner e, ao pôr do sol, chegaram à colina de Ama, que está a leste de Gaia, no caminho do deserto de Gabaon. 25 Os benjaminitas se concentraram atrás de Abner em formação cerrada, e pararam no alto de uma colina. 26 Abner gritou na direção de Joab e disse: “Devorará a espada para sempre? Não sabes que no fim só restará amargura? Que estás esperando para ordenar à tropa que cesse de perseguir seus irmãos?” 27 Respondeu Joab: “Pela vida de Deus, se não tivesses falado, só pela manhã a tropa teria desistido de perseguir cada um a seu irmão.?”[xi]
28 Então Joab mandou soar a trombeta, e toda a tropa suspendeu o combate. Cessou a perseguição a Israel e terminou a luta.
29 Abner e os seus homens caminharam pela Arabá[xii] durante toda aquela noite, passaram o Jordão e, depois de terem percorrido todo o Bitron, chegaram a Maanaim. 30 Joab, tendo deixado de perseguir a Abner, reuniu toda a tropa; entre os servos de Davi faltaram à chamada dezenove homens e também Asael, 31 mas os servos de Davi mataram, entre os homens de Benjamim e os de Abner, trezentos e sessenta homens. 32 Levaram Asael e o sepultaram no túmulo de seu pai, que está em Belém. Joab e os seus marcharam toda a noite, e o dia estava nascendo quando eles chegaram a Hebron.
[1] lSm 2,28 +
[2] 1Sm 31,11-13
[3] 1Sm 14,49 +
[4] = 5.5
[5] 3,27
[i] Hebron era a cidade mais importante de Judá. Por ocasião da conquista, ela fora tomada e ocupada pelos calebitas (Js 15,13s; Jz 1,20), mas estes logo haviam sido assimilados pelos judaítas.
[ii] Aldeias dependentes de Hebron.
[iii] Davi granjeara simpatias em Judá (1Sm 27,10-12; 30,26-31). Mais tarde, Davi será ungido pelos anciãos de Israel (5,3). Essa tradição ignora a unção de Davi por Samuel, quando ainda era jovem (1 Sm 16,1-13).
[iv] Davi convida os jabesitas a reconhecê-lo como sucessor de Saul. Não temos a resposta deles, mas não podiam permanecer fora da órbita de Israel.
[v] Este filho de Saul é chamado ora Isbaal (cf. 1Cr 8,33; 9,39), ora Isboset, em que o termo baal é substituído pelo termo boshet, vergonha, mas trata-se da mesma pessoa.
[vi] Cidade da Transjordânia (cf. Gn 32,3 e 2Sm 17, 24).
[vii] Gentilício de origem desconhecida, a não ser que se leia “aseritas”, cf. Jz 1,32.
[viii] Cerca de dez km ao norte de Jerusalém (cf. Jr 41,12).
[ix] Abner propõe resolver a questão por meio de combate entre alguns guerreiros dos dois campos (cf. 1Sm 17,89). Mas havendo caído juntos todos os campeões, nada se decidiu e iniciou-se uma batalha geral (v. 17).
[x] Abner não quer atrair sobre si a vingança do sangue. Mas cf. 3;27.
[xi] Joab aceita a trégua.
[xii] O termo designa aqui o vale do Jordão. – Bitron é topónimo que pode designar o vale de Jaboc.