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Israel em Fegor[i] [1] – 1Israel estabeleceu-se em Setim.[ii] O povo se entregou à prostituição com as filhas de Moab. 2Estas convidaram o povo para o sacrifício dos seus deuses; o povo comeu[iii] e prostrou-se diante dos seus deuses. 3Estando Israel assim ligado com o Baal de Fegor, a ira de Iahweh se inflamou contra Israel.
4Iahweh disse a Moisés: “Toma todos os chefes do povo. Empala-os em face do sol, para Iahweh: então a ira ardente de Iahweh se afastará de Israel.”[2] 5Moisés disse aos juízes de Israel: “Mate cada um aquele dos seus homens que se ligaram ao Baal de Fegor.”
6Eis que chegou um homem dos israelitas, trazendo para junto de seus irmãos esta madianita,[iv] sob os próprios olhos de Moisés e de toda a comunidade dos israelitas, que choravam à entrada da Tenda da Reunião .[3] 7Vendo isso, Fineias, filho de Eleazar, filho de Aarão, o sacerdote, levantou-se do meio da comunidade, tomou uma lança, 8seguiu o israelita até à alcova[v] e lá transpassou-o, pelo ventre, juntamente com a mulher. E a praga que feria os israelitas cessou.[4] 9E morreram dentre eles vinte e quatro mil, devido à praga.
10Iahweh falou a Moisés e disse: 11″Fineias, filho de Eleazar, filho de Aarão, o sacerdote, fez cessar a minha ira contra os israelitas, porque, entre eles, foi possuído do mesmo zelo que eu, por isso, no meu zelo não destruí os israelitas.[5] 12Por essa razão eu afirmo: Dou-lhe a minha aliança de paz. 13Será para ele e para sua descendência depois dele uma aliança que lhe garantirá o sacerdócio perpétuo. Em recompensa do seu zelo pelo seu Deus, poderá realizar o rito de expiação pelos israelitas.”[vi] [6]
14O israelita morto (foi morto com a madianita) se chamava Zambri, filho de Saiu, príncipe de uma casa patriarcal de Simeão. 15A mulher, a madianita que foi morta, se chamava Cozbi, filha de Sur, que era chefe de um clã, de uma casa patriarcal, em Madiã.
16Iahweh falou a Moisés e disse: 17″Assaltai os madianitas e feri-os. 18Pois foram eles que vos assaltaram, por seus artifícios contra vós, no caso de Fegor, e no problema de Cozbi, irmã deles, filha de um príncipe de Madiã, aquela que foi morta no dia da praga surgida devido ao problema de Fegor.”[7]
[1] Nm 31,16 // Dt 3,29; 4,3 // Sl 106,28-31 // &Ap 2,14
[2] 2Sm 21,6s // Ex 18,25s; 32,27
[3] Ex 2,11+
[4] Ex 6,25
[5] &1Cor 10,8 // Dt 4,24+
[6] Ex 32,25-29 // Lv 1,7 // Dt 33,8-11 // Ez 44,15 // Sl 106,30-11 // Eclo 45,23-26
[7] Nm 31,3-12
[i] A narrativa antiga (vv. 1-5) supõe a mesma situação histórica que as narrativas sobre Balaão (cf. 22,36+). O santuário de Baal Fegor (cf. 23,28), na fronteira entre Israel e Moab,é frequentado pelos dois povos, e mulheres moabitas arrastam os israelitas ao culto dos seus deuses (ou do seu deus; cf. 31,16). Os vv. 6-18, relacionados ao mesmo santuário pelo v. 18, são de redação sacerdotal, mas usam uma traclição antiga, que põe em cena uma mulher madianita. É possível que madianitas, que eram nômades em toda esta região (cf. 22,4.7), longe do seu território (ef. Ex 2,11+), tenham frequentado este santuário. Esta narrativa deu ocasiãão à história da guerra contra Madiã (Nm 31,1+). Os madianitas, que as tradições sobre Moisés consideraram com benevolência (cf. Ex 2,18+), tornam ·se inimigos de Israel (cf. Jz 7-9).
[ii] Junto de Setim ou Abel Setim (cf. Js 2,1+).
[iii] É a refeição sagrada que acompanha os sacrifícios.
[iv] Aquela da qual se vai falar.
[v] Lit.: “o nicho abobadado”, talvez destinado à prostituição sagrada.
[vi] Outra tradução: “É a recompensa do seu zelo ciumento por seu Deus e do que fez a expiação”.